Indígenas.BR - Festival de Músicas Indígenas - Programação 08/09

Dia 08/09 – quarta-feira – 19h

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Mostra de documentários
– NIXI PAE – O Espírito da Floresta – Direção: Amilton Pelegrino de Mattos – Pesquisa e execução dos cantos: Ibã Sales Huni Kuin
Apresentação Wakay – Ao vivo
Bate-papo
– Música e espiritualidade – Ibã Sales (Huni-Kuin), Kássia Borges (Karajá), Wakay (Fulkaxó) e  Anna Dantes. Mediação: Magda Pucci.

NIXI PAE – O Espírito da Floresta

O filme apresenta a pesquisa desenvolvida pelo professor-pesquisador Ibã Sales do povo Huni Kuin em torno dos Huni Meka, como são conhecidos os cantos do cipó (ayahuasca). Assiste-se ao surgimento do Movimento dos Artistas Huni Kuin – MAHKU no I Encontro de Artistas-Desenhistas Huni Kuin do Rio Jordão (2011) e a preparação do coletivo para a participação na exposição Histoires de Voir em 2012 na Fundação Cartier para a Arte Contemporânea, em Paris, França.

Direção e edição: Amilton Pelegrino de Mattos
Pesquisa e execução dos cantos: Ibã Sales Huni Kuin
Arte visual: Mahku – Movimento dos Artistas Huni Kuin
Produção: LABI – Floresta (UFAC-Floresta)
Ano: 2012
Duração: 43 min.

Apresentação Wakay - Ao vivo

Músico do povo Fulkaxó, Wakay nasceu na aldeia Kariri-Xocó (Alagoas) e foi criado na aldeia Fulni-ô (PE) e há 20 anos é liderança da Reserva Indígena Thá-Fene, em Lauro de Freitas (BA).

Com 21 anos de carreira artística, Wakay teve o primeiro CD, Caminho de Todos, gravado no estúdio WR, sob a direção musical do violonista, cantor e compositor Luciano Bahia. Wakay Nativo é o show que dá nome ao segundo CD de Wakay, gravado em Londres, em julho de 2015 que tem como principal objetivo aproximar a cultura indígena das sociedades contemporâneas.

Wakay se apresentou na Alemanha, Itália, Inglaterra. Traz consigo a missão de divulgar as tradições dos primeiros habitantes das terras brasileiras. Para manter os laços com sua cultura ancestral, Wakay e seu povo que reside na reserva Thá-Fene, sempre retornam às suas aldeias de origem, sobretudo nos períodos de reclusão no território sagrado. Com o propósito de investir na difusão e valorização da cultura indígena, e como forma de contribuir para a sustentabilidade do espaço que habitam, os indígenas que realizam oficinas em escolas, recebem grupos de visitantes, fazem apresentações culturais nativas e vendem o artesanato que produzem.

Bate-papo - Música e espiritualidade

Participantes: Ibã Sales (Huni Kuin-AC), Kássia Borges (Karajá), Wakay (Fulkaxó-PE) e Anna Dantes (Selvagem)

Mediação: Magda Pucci

 

A música como prática espiritual e reveladora de mundos invisíveis.  O  aprendizado de músicas e instrumentos específicos para se criar diálogos com seres e entidades espirituais que geram a cura, através da relação com plantas, cantos e mirações no processo de cura.

Ibã Sales
Ibã Sales (Ibã) é Huni Kuin, morador da aldeia Xiku Kurumim, T. I. Kaxinawá do Rio Jordão. Ibã é um txana, líder de cantos na tradição do povo Huni Kuin. Tornou-se professor na década de 80 e ingressou na universidade em 2008, onde criou o Projeto Espírito da Floresta. É professor-pesquisador (CPI/AC) e atualmente está realizando seu doutorado honoris causa pela Universidade Federal do Sul da Bahia. É fundador do grupo MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin, que vem realizando diversas exposições pelo Brasil e pelo mundo.
Kássia Borges
Kássia Borges da etnia Karajá ( Iny) é artista plástica, curadora e professora. Possui graduação em Educação artística – Artes Plásticas pela  UFU, (1987), mestrado em Artes Visuais na área de poéticas visuais UFRGS. (2003), com o título; Origem: um princípio a fundar; e Doutorado em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade no Amazonas pela  UFAM  (AM) com a tese: As mulheres ceramista do Mocambo: a arte de viver de artefatos ambientais.  Pesquisa principalmente origem,  Feminino e ancestralidade  nas áreas: cerâmica, fotografia, desenho, instalação, meios mistos, escultura e vídeo.
Hoje é Professora de tridimensional e cerâmica na Universidade Federal de Uberlândia MG.
Em 2007, de maio a outubro, fez duas residências artísticas em França, onde também realizou duas exposições e uma curadoria, além de lançar naquele país um livro de arte, em francês. Tem participado de salões e exposições como no Salão SARP- Ribeirão Preto – São Paulo, Salão da cidade de Porto Alegre -Porto Alegre – RS, Salão Victor Meireles- Florianópolis – SC, Premiação Salão CELG, Goiânia – GO, CCBB São Paulo, CCBB Rio, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Seus trabalhos estão em algumas coleções como, Museu de Arte contemporânea de Goiânia, Secretaria de cultura de Goiás, Goiânia – GO,  Cidade de Luneburg – Alemanha, La fraternelle – Saint Cloud – França. Tem feito curadorias no Brasil e exterior.
Anna Dantes
Trabalha com a extensão da experiência de edição para outros formatos – laboratórios, oficinas, revistas, curadorias, exposições, coleções de moda, ciclos de estudo e filmes. Desde 1994, cria, realiza e colabora com projetos de transmissão de conhecimento e memória. Há dez anos realiza, junto ao povo Huni Kuin no Acre, o projeto Una Shubu Hiwea, Livro Escola Viva que contou com parceiros como Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Itaú Cultural e tem dois livros publicados entre eles Una Isi Kayawa ganhador do Prêmio Jabuti em Ciência da Natureza. Atualmente dedica-se também ao Selvagem, ciclo de estudos sobre a vida, rodas de conversas e edição de livros que tratam das correspondências entre conhecimentos científicos, artísticos e tradicionais. Dirige a Dantes Editora.
Magda Pucci 
Musicista (arranjadora, compositora e cantora) e pesquisadora independente de músicas do mundo e das culturas indígenas brasileiras. Formada em Música pela USP, mestre em Antropologia pela PUC-SP e Doutora em Pesquisa Artística pela Universidade de Leiden, na Holanda. É diretora musical e fundadora do Mawaca, um grupo de música com sede em São Paulo, que pesquisa e performa músicas em mais de 20 línguas tendo recebido alguns prêmios na área da música.
Trabalhou em projetos musicais em colaboração com comunidades indígenas brasileiras como Kayapó, Guarani Kaiowá, Huni-Kuin, Paiter Suruí e outros, além de projetos sociais com crianças e refugiados. A experiência de Magda Pucci com a temática indígena se aprofundou ao realizar seu mestrado em Antropologia, quando desenvolveu pesquisa sobre a arte oral do Paiter Suruí de Rondônia. Desde 2005, desenvolve projetos de divulgação das culturas indígenas desde a publicação de livros assim como espetáculos e intercâmbios entre indígenas e não indígenas como o CD e DVD Rupestres Sonoros – O canto dos povos da floresta, com recriações de músicas dos povos Kayapó, Paiter-Suruí, Ikolen-Gavião, Tupari, Huni-Kuin entre outros. Em 2011, realizou intercâmbios musicais na Amazônia com o Mawaca com músicos Ikolen-Gavião, Paiter Suruí, Kambeba, Huni Kuin, Karitiana e Comunidade Bayaroá. Em 2019, realizou Mekaron a imagem da alma – um encontro do Mawaca com os Kayapó.