Esse documentário mostra os cantos que fazem ecoar a cultura Guajajara Tentehar na Terra Indígena Araribóia, uma região de reconhecida fama por ser território de valorosos cantadores. São gerações que perpetuam cantorias ancestrais, alegrando os seus Mayra nos rituais do Moqueado (Wyra’o haw), Mesadas e Festas de Mel (Zemuishi o haw). Na última década o povo Guajajara perdeu os seus maiores cantadores, os tumui Vicente da aldeia Araribóia, Chicão da Lagoa Comprida e Abrahão do Juçaral. Cantadores tidos como grandes mestres que passaram para os seus discípulos os saberes da tradição. Os principais representantes dessa nova geração de cantadores foram entrevistados para esse documentário. Destaca-se também a inciativa das lideranças indígenas que criaram o Centro de Saberes Tentehar Tukán, para ser mais um espaço para a juventude manter viva a sua cantoria e para se fazer ouvir o som dos Maracá que carregam a voz dos espíritos.
Esse documentário é um precioso registro das narrativas de resistência cultural dos guardiões da cantoria Guajajara Tentehar, no território Caru, na Amazônia maranhense, que também estabelecem uma relação especial com seus parentes do povo Tembé Tentehar, vindos do vizinho Estado do Pará. Trata-se da velha guarda de cantadores que embalaram por muitos verões os “Rituais de Moqueado” nas noites enluaradas das aldeias banhadas pelo rio Pindaré. Evocam em seus cantos a ancestralidade ligada a floresta, herdando cantorias tiradas em homenagem aos seres que habitam as matas, os rios e o céu. Esses cantadores, querem passar o maracá para as novas gerações, entretanto, encontram dificuldades, por isso buscam apoio para que os jovens ouçam esse chamado.
A artista e jornalista indígena Djuena Tikuna e o jornalista, e músico Diego Janatã dirigem três mini-documentários produzidos especialmente para o festival de Músicas indígenas do CCVM. Nesse bate-papo, ele conta o processo de gravação dos cantores de dois importantes povos do Maranhão que vivem em três aldeias Maçaranduba, Lagoa Quieta e Escalvado. As melodias nas vozes do cantadores e cantadoras dos povos Guajajara Tentehar e Kanela Rankokamekrá embalam as narrativas de resistência e protagonismo para manter essas culturas vivas.