Indígenas.BR - Festival de Músicas Indígenas - Programação 07/09

Dia 07/09 – terça-feira – 19h

Assista no youtube

Mostra de documentários
– Histórias e Cantos Indígenas Guajajara & Kanela* – Povo Kanela Ramkokamekrá – Aldeia Escalvado – Terra Indígena Kanela – Fernando Falcão (MA) – Direção: Diego Janatã e  Djuena Tikuna – 2021
– Iburi – Trompete dos Tikunas – Direção: Edson Matarezio – 2014
Bate-papo
– Ritual e música – A festa da moça nova Tikuna – Edson Matarezio e Djuena Tikuna. Mediação: Magda Pucci

Histórias e Cantos Indígenas Guajajara & Kanela – Povo Kanela Ramkokamekrá – Aldeia Escalvado – Terra Indígena Kanela – Fernando Falcão (MA)

Os Kanela Ramkokamekrá fazem parte da imensa família Timbira, a qual outros povos também são reconhecidos, entre os quais, os Krikati no Maranhão, os Kraho no Tocantins e os Kykatejê no Pará.

Os cantos apresentados para esse documentário são uma pequena amostra do vasto repertório musical celebrado nas cerimônias festivas intituladas Amjkin, das quais se destacam o ritual Pepka hác para nomeação das lideranças Timbira; o Tepyarkwá, a grande Festa dos Peixes que reúne muitos convidados; e o Kokrit, a festa das máscaras.

As cores e os sons se destacam na paisagem do cerrado maranhense. A polêmica estrada de barro vermelho, que rasga a Terra Indígena Kanela, abre caminho para as fazendas da região, e nos leva também ao pátio central da aldeia Escalvado, ainda em formato circular, característica comum a esses povos, e é de lá que ecoam, madrugada à dentro, os cantos Ramkokamekra.

Direção: Diego Janatã e  Djuena Tikuna
Ano: 2021
Cantadores/Depoimentos:
Marinaldo Kenikun Kanela
Justino Keniavile Kanela
Osmar Kalohkle Kanela
Suely Konikrê Kanela

Iburi – Trompete dos Tikunas

Este documentário registra o processo de construção e execução do trompete Iburi, dos índios Ticuna, instrumento que é tocado durante a Festa da Moça Nova, ritual de iniciação feminina dos Ticuna. A moça que menstruou pela primeira vez ficará reclusa até que seja aprontada sua Festa, ao final da qual ela sairá da reclusão. Atrás do local de reclusão ficarão os instrumentos que aconselharão a moça. Tais instrumentos não podem ser vistos por mulheres, crianças e principalmente pela moça que está sendo iniciada. Paralelamente à construção do Iburi, o filme mostra a história de To’oena, a “primeira moça nova” que, no tempo do mito, quebrou este tabu e pagou com a própria vida.

Direção, roteiro e fotografia: Edson Tosta Matarezio Filho
Gênero: Documentário
Realização: Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA-USP)
Apoio: FAPESP
Duração:15 min
Ano: 2014

Bate-papo - Ritual e música – A festa da moça nova Tikuna

Participantes: Edson Matarezio e Djuena Tikuna

Mediação Magda Pucci

 

Os estudos na Etnomusicologia indígena no Brasil vêm se expandindo crescentemente desde a década de 1980 e apresentam, em formato acadêmico, as diferentes formas de existir e fazer música de diferentes povos.

Nos tempos atuais, muitos indígenas têm pesquisado suas próprias tradições e criado formas de divulgar suas expressões culturais. Neste bate-papo, o pesquisador Edson Matarezio e a cantora Tikuna dialogam sobre um importante ritual Tikuna: a Festa da Moça Nova, cujo registro será exibido antes da roda de conversa.
Djuena Tikuna
Cantora indígena brasileira do Estado do Amazonas que fez história, em 2017, ao tornar-se a primeira indígena a protagonizar um espetáculo musical no Teatro Amazonas (Manaus), nos 121 anos de existência do local, onde lançou o álbum Tchautchiüãne. Realizou também a primeira Mostra de Música Indígena do seu Estado. Todas as suas composições estão em tikuna, nome do povo e da língua dos ameríndios que habitam a zona fronteiriça entre o Brasil, a Colômbia e o Peru.  Filha de Nutchametükü e Tochimaüna, nascida em Umariaçu, “nas fronteiras” do Brasil, Peru e Colômbia, Djuena — “a onça que pula no rio” — canta a cultura do seu povo, mantendo viva a sua história. Seu canto de luta e resistência tem sido exemplo para as novas gerações. Seu primeiro álbum Tchautchiüãne (2017) [Minha Aldeia] foi indicado ao Indigenous Music Awards, a maior premiação da música indígena mundial.

Edson Matarezio 
Formado em Ciências Sociais, mestre e doutor em Antropologia pela Universidade de São Paulo (USP). É autor dos livros “Ritual e Pessoa entre os Waimiri-Atroari” (2014), “A Festa da Moça Nova: ritual de iniciação feminina dos índios Ticuna” (2019), diversos artigos e filmes documentários. Realizou pesquisa de pós-doutorado na USP, no Laboratoire d’Anthropologie Sociale (LAS/Paris) e no Departamento de Linguística da UNAL (Colômbia). Atualmente é pesquisador de pós-doutorado na Universidade Estadual do Amazonas (UEA).
Magda Pucci 
Musicista (arranjadora, compositora e cantora) e pesquisadora independente de músicas do mundo e das culturas indígenas brasileiras. Formada em Música pela USP, mestre em Antropologia pela PUC-SP e Doutora em Pesquisa Artística pela Universidade de Leiden, na Holanda. É diretora musical e fundadora do Mawaca, um grupo de música com sede em São Paulo, que pesquisa e performa músicas em mais de 20 línguas tendo recebido alguns prêmios na área da música.
Trabalhou em projetos musicais em colaboração com comunidades indígenas brasileiras como Kayapó, Guarani Kaiowá, Huni-Kuin, Paiter Suruí e outros, além de projetos sociais com crianças e refugiados. A experiência de Magda Pucci com a temática indígena se aprofundou ao realizar seu mestrado em Antropologia, quando desenvolveu pesquisa sobre a arte oral do Paiter Suruí de Rondônia. Desde 2005, desenvolve projetos de divulgação das culturas indígenas desde a publicação de livros assim como espetáculos e intercâmbios entre indígenas e não indígenas como o CD e DVD Rupestres Sonoros – O canto dos povos da floresta, com recriações de músicas dos povos Kayapó, Paiter-Suruí, Ikolen-Gavião, Tupari, Huni-Kuin entre outros. Em 2011, realizou intercâmbios musicais na Amazônia com o Mawaca com músicos Ikolen-Gavião, Paiter Suruí, Kambeba, Huni Kuin, Karitiana e Comunidade Bayaroá. Em 2019, realizou Mekaron a imagem da alma – um encontro do Mawaca com os Kayapó.