Indígenas.BR - Festival de Músicas Indígenas - Programação 06/09

Dia 06/09 – segunda-feira – 19h

Assista no youtube

Mostra de documentários
– Entrevista com Anuiá Amarü – Direção: Charlie Crooijmans – BA – 2017
– Kukuho – Canto Vivo Waujá* – Direção: Takumã Kuikuro – MT – 2021
Mostra de videoclipes
– ORE MBORAI – Orquestra Multiétnica
Bate-papo
– Intercâmbios musicais entre indígenas – Renata Amaral, Anuiá Amarü (Orquestra Multiétnica) e Juliano Basso. Mediação: Magda Pucci.

Entrevista com Anuiá Amarü

Entrevista com o músico Anuiá Amarü, realizada em  janeiro de 2017, em Imbassaí (BA) no Festival Encontro de Culturas – Dançando pela Paz  – um encontro multiétnico com cinco diferentes culturas indígenas do Brasil e culturas do exterior.

Anuiá vem de uma família de pajés de dois povos do Xingu: Kamayurá e Yawalapiti, sendo o filho mais velho de Maniwa Kamayurá, mestre das artes e ofícios dos saberes tradicionais. Durante o festival, Anuiá interage com diferentes músicos e professores de dança de diferentes países.

Entrevistado pela pesquisadora e musicista Magda Pucci e da jornalista holandesa Charlie Crooijmans, Anuiá Amarü toca sua flauta e explica como aprendeu a tocar a flauta kuluta e sobre sua expertise em construir as ocas xinguanas.

Direção: Charlie Crooijmans
Ano: 2017
Local: Encontro de Culturas em Imbassai – Bahia
Gênero: Entrevista
Edição, montagem e áudio: Charlie Crooijmans

Kukuho - Canto Vivo Waujá

Gravado na aldeia Topepeweké do povo Waujá no Xingu (MT), esse vídeo apresenta cantos do ritual da mandioca de nome Kukuho. O ritual coordenado pelo cantor e pesquisador Akarí Waujá foi filmado pelo premiado cineasta Takumã Kuikuro.

Kuikuro visita a aldeia Waujá de Akari e filma os cantores desse importante povo do Alto Xingu. Akari é um músico, contador de histórias e líder da comunidade Waujá do Xingu, situada no extremo sul da bacia amazônica, em Mato Grosso. Falante da língua maipure da família Arawak, Akari busca preservar e compartilhar a música tradicional do seu povo, participando de atividades de ensino em aldeias onde o conhecimento musical está quase extinto. Akari está ensinando e documentando as canções que fazem parte dos rituais e práticas da cultura Waujá e colabora em projetos de conservação cultural indígena.

Direção: Takumã Kuikuro
Ano de Produção: 2021
Gênero: Musical
Classificação: Livre
Localização: Terra Indígena Xingu

ORE MBORAI – Orquestra Multiétnica

A Orquestra Multiétnica foi uma experiência realizada em 2019, na Aldeia Multiétnica, espaço que abriga desde 2007 um dos mais importantes encontros de povos indígenas do Brasil.

Essa orquestra reuniu mais de uma centena de indígenas dos povos Karajá, Krahó, Guarani, Fulni-ô, Kayapó, Kariri-Xocó, Yawalapiti, Waujá, Kamayurá e Maxakali. O resultado foi um diálogo artístico potente e transformador que tem como eixo o conceito de ORE MBORAI – nosso canto/reza, unidos em uma voz.

Ali se formou um espaço de encontro, reflexão e fortalecimento, que mobilizou os indígenas e seus saberes, possibilitando ações integradas de criação, registro e formação. A direção desse encontro único ficou a cargo da musicista e pesquisadora Renata Amaral, do grupo A Barca. Todas as vozes foram ouvidas e ressoaram coletivamente poeticamente.

Krahô
Música: Akru nõro ré (Cipó deitado)
História: Essa música foi trazida pelos mais velhos. Fala metaforicamente sobre o cipó, que vai crescer, espalhar-se, chegar a deitar pelo chão e crescer ainda mais. É uma alusão ao crescimento do próprio povo Krahô, chamando por saúde e prosperidade.
Cantor principal: Berlindo
Grupo: Huhkop (Berlindo), Iwao (Marli Miúda), Pyro (Madalena)
Solista: Kukon
Guarani Mbyá
Música: Maino’î (Beija-flor)
História: Canto sobre o beija-flor, pássaro sagrado. Conduz os pensamentos, as falas e os ensinamentos. Segundo o mito de origem, no início dos tempos o beija-flor voou para longe, mas depois retornou ao altar sagrado de Nhanderu.
“Tudo está ligado à música. Agradecemos com o nosso canto ao Deus que nos criou. Quando a gente canta junto, a gente fala de fortalecimento. Estamos conectados. Nada vai nos derrotar, porque estamos juntos.”
Cantor principal: Kuaray Papa
Grupo: Kuaray Papa (Fabiano), Vera Ropeju (Kleiton), Tupã (Osmar), Karaí (Reginaldo), Vera Miri (Anderson), Xaka (Carlos), Papa (Carlos), Tataí (Juliana), Ará (Eliana), Reté (Michele), Yva (Niqueli), Kerexu (Kaiume), Ywy Ju (Tainara),
Fulni-ô 
Música: Efekhla
História: Música que fala dos antepassados, guerreiros que lutaram pela felicidade dos seus descendentes, e quando é cantada, sente-se que estes antepassados ficam satisfeitos. Fala da terra, da floresta, das energias.
Cantor principal: Towê
Grupo: Towê, Aritana, Yoran, Fythya, Naxia, Sawe, Ekya, Kdelaya, Natxle, Fletutxya, Txiflaya, Otxaya, Tulni Fooa
Kayapó/Mebengôkré 
Música: Baynhon Men Tôro
História: Narra a história mítica de um pé de milho original, em um tempo em que todos os povos falavam a mesma língua, tendo posteriormente dado origem às várias línguas das diversas etnias.
Grupo: Bepkaeti, Bekaroti, Atyrangô, Nhakrã, Axuape, Irebo, Dudu, Tu-î, Kriô
Karajá
Música: Txi ó toé tuké
História: Canto de agradecimento (“orbigado por lembrarem de nós”).
Cantor principal: Iwraro
Grupo: Iwraro, Iykana, Asaria Wasabedu, Wereahunaxi, Axiawa, Buraxia, Kuriawa, Browari, Iwraru Kuriala
Kariri Xocó
Música: Kakará Tsy (Meu triste padecer)
História: Canto do padecer, fala do galo que canta anunciando o amanhecer e a hora da partida.
Cantor principal: Dizuka
Grupo: Dizuka, Kawyran, Kaapry, Naishe, Yuk, Kayté
Huni Kuin
Música: Maê Iuka Ikai (Onde nós estamos?)
História: Pedido de bem-estar e paz na chegada a uma terra nova.
Grupo: Siã (Pajé Sales), Isa Dewe, Bixku, Nawa Siã
Alto Xingu (Redes – fogueira – artesanatos de cada povo)
Música: Kahogo Igissü (Eu sou o macaco)
História: Narra a origem e a evolução do ser humano a partir do macaco.
Cantor principal: Anuiá Amaru
Grupo: Anuiá Amaru, Palaku Paulo, Kamukaiaka Lappa, Tupaga Hotugo, Uluche, Wayuni, Karina Machipu
Instrumentos: Taquara (flautas)
Maxakali
Música: Kunon Hip (Lagarta)
História: Canção que remete a um mito de origem dos Maxakali
Grupo: Mamed, Alexandre, Cassiano e Eliane

Bate-papo: Intercâmbios musicais entre indígenas

Participantes: Renata Amaral, Anuiá Amarü e Juliano Basso

Mediação: Magda Pucci

Baseado na experiência do Encontro de Culturas da Chapada dos Veadeiros concebido por Juliano Basso, em que indígenas de todo o Brasil reuniram-se para cantarem e tocarem juntos, esse bate-papo reúne o músico-flautista Anuiá Amarü com a musicista e articuladora  da Orquestra Multiétnica Renata Amaral.
Anuiá Amarü
Flautista, artista e articulista político indígena do povo Yawalapiti, da Terra Indígena do Xingu. Anuiá vem de uma família de pajés, sendo o filho mais velho de Maniwa Kamayurá, mestre das artes e ofícios dos saberes tradicionais dos povos do Alto Xingu. Junto à importantes parceiros, ele vem atuado no âmbito das políticas culturais e desempenha um importante papel na busca pelo fortalecimento dos saberes de seu povo, e pelo desenvolvimento de projetos que ampliam a qualidade de vida dos povos nativos. Além de flautista, Anuiá é especialista em construção da residência tradicional de seu povo e acumula obras espalhadas por diversos lugares, como no Memorial dos Povos Indígenas de Brasília, em uma construção do Oscar Niemeyer.
Renata Amaral 
Formada em composição e regência, mestre e doutoranda em performance Musical pela UNESP, tem se apresentado em todo o Brasil e Europa ao lado de artistas como A Barca, Ponto br, Tião Carvalho, Sebastião Biano, Orquestra Popular do Recife e outros. Pesquisadora e contrabaixista, desde 1991 reúne o Acervo Maracá, tendo produzido mais de 30 CDs e 12 documentários de gêneros tradicionais que receberam diversos prêmios. Recebeu por duas vezes o prêmio Interações Estéticas da Funarte, realizando residências artísticas no Maranhão e no Benin. Autora de Pedra da Memória, com seus grupos A Barca e Ponto br, gravou 5 CDs e realizou mais de 500 apresentações em projetos de circulação, registro e arte educação. Ministra cursos e oficinas com foco em Cultura Tradicional em escolas e universidades. Coordenou a Orquestra Multiétnica no Encontro da Chapada dos Veadeiros.
Juliano Basso
Juliano Basso é produtor cultural, fundador da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, na Chapada dos Veadeiros (GO). Idealizou e realiza projetos socioculturais desde 1997, como o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, a Aldeia Multiétnica, a Turma Que Faz e a Encontroteca.
Magda Pucci 
Musicista (arranjadora, compositora e cantora) e pesquisadora independente de músicas do mundo e das culturas indígenas brasileiras. Formada em Música pela USP, mestre em Antropologia pela PUC-SP e Doutora em Pesquisa Artística pela Universidade de Leiden, na Holanda. É diretora musical e fundadora do Mawaca, um grupo de música com sede em São Paulo, que pesquisa e performa músicas em mais de 20 línguas tendo recebido alguns prêmios na área da música.
Trabalhou em projetos musicais em colaboração com comunidades indígenas brasileiras como Kayapó, Guarani Kaiowá, Huni-Kuin, Paiter Suruí e outros, além de projetos sociais com crianças e refugiados. A experiência de Magda Pucci com a temática indígena se aprofundou ao realizar seu mestrado em Antropologia, quando desenvolveu pesquisa sobre a arte oral do Paiter Suruí de Rondônia. Desde 2005, desenvolve projetos de divulgação das culturas indígenas desde a publicação de livros assim como espetáculos e intercâmbios entre indígenas e não indígenas como o CD e DVD Rupestres Sonoros – O canto dos povos da floresta, com recriações de músicas dos povos Kayapó, Paiter-Suruí, Ikolen-Gavião, Tupari, Huni-Kuin entre outros. Em 2011, realizou intercâmbios musicais na Amazônia com o Mawaca com músicos Ikolen-Gavião, Paiter Suruí, Kambeba, Huni Kuin, Karitiana e Comunidade Bayaroá. Em 2019, realizou Mekaron a imagem da alma – um encontro do Mawaca com os Kayapó.