Victor Brecheret (1894-1955) foi figura de proa do Modernismo e seu interesse pela temática indígena estava vinculado ao anseio de produção de arte com características brasileiras. Sua obra estará em exposição na mostra itinerante Brecheret Modernista – A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade, que será inaugurada em 30 de janeiro, no Centro Cultural Vale Maranhão. Na data de abertura, às 19h30, haverá visita guiada pela curadora da exposição, a professora e historiadora da arte, Maria Izabel Branco Ribeiro.
Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, o projeto do Instituto Victor Brecheret reúne cerca de 30 esculturas e 20 desenhos originais, além de obras e reproduções assinadas por outros artistas com interesses semelhantes. A mostra traz um panorama da trajetória do artista ítalo-brasileiro com foco na formação da linguagem plástica de Brecheret, seus vínculos com as propostas modernistas e seu interesse no universo indígena.
De acordo com a curadora Maria Izabel Branco Ribeiro, ao ressaltar a faceta do Modernismo de Brecheret, a mostra também se propõe a reverberar, num espectro mais amplo, a preocupação de vários artistas que, no início do século XX, ansiavam por uma arte com características brasileiras. A integração do escultor ao grupo Modernista está representada por duas obras participantes da exposição da Semana de Arte Moderna de 1922: “Ídolo” e “Sóror Dolorosa”, esta última executada a partir de poema de Guilherme de Almeida
A temática indígena já aparece na obra de Brecheret no princípio da década de 1920, quando, ao compor a maquete para o Monumento às Bandeiras, decide incluir grupos de indígenas e mestiços. Após uma temporada no exterior, Brecheret retorna para o Brasil em 1936.
Os relatos das expedições dos irmãos Villas Boas a partir de princípios dos anos 1940, motivou o interesse do artista pelos povos do Brasil Central e Amazônia, tanto em relação aos mitos, costumes e interações com a natureza, quanto aos padrões plásticos. “A linguagem desenvolvida a partir de então, tornou-se tão eficiente a ponto de Brecheret utilizá-la em outras obras, como em um São Francisco”, exemplifica Maria Izabel.
São Luís (MA) é a terceira cidade a receber a exposição, que já passou por Belo Horizonte (MG) e Belém (PA). O Centro Cultural Vale Maranhão fica localizado na Rua Direita, nº 149, Centro Histórico de São Luís e funciona de terça a sábado, de 10h às 19h, com entrada gratuita.