Na Semana do Dia Internacional da Mulher, o Centro Cultural Vale Maranhão recebe em seu programa Pátio Aberto a primeira edição da Mostra MUMBI – Mulheres Negras no Audiovisual. Nos dias 10 e 11 de março, serão exibidos filmes maranhenses e nacionais produzidos e dirigidos por mulheres negras, seguidos de bate-papos com realizadoras e artistas
Com curadoria da produtora Helen Maria da Manguezá Produções, a mostra foi criada para destacar realizações de mulheres negras no audiovisual, indo de encontro à predominância masculina e branca do setor.
O nome da mostra é em homenagem a Adélia Sampaio, já que Mumbi, em Kikuyu (queniano), significa “Primeira das Mulheres”, sendo a cineasta a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil.
Em 2019, o Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA), atualizou a base de dados de relatórios sobre gênero e raça nos 100 filmes de grande público do audiovisual nacional. Notou-se a sub- representação da população preta e parda e revelou que 98% dos filmes com grande público foram dirigidos por homens. Dentre os alarmantes 2% de mulheres na direção, o relatório chama a atenção para o fato de nenhuma delas ser negra.
Na programação teremos a exibição de 07 curta-metragens entre maranhenses e nacionais, dividido em 02 dias com os temas: “Música e Dança na Cultura Popular” e “ Eu, mulher negra protagonista da minha história”. Ao fim de cada exibição serão realizados bate-papos com produtoras, roteiristas e historiadoras negras maranhenses.
Direção: Lucrécia Dias (TO) | 2018 | DOC | 17 min.| Livre
Ao som de caixas, pandeiros e bumbos, mulheres e homens de todas as idades cantam, tocam, batem palmas, dançam, recriam as tradições e recontam sua própria história na Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra.
Direção: Jonas Sakamoto e Produção: Amanda Drumont (MA) | 2021 | DOC | 26 min. | Livre
O Projeto “Amo, Poeta e Cantador” realizou 10 murais da memória homenageando 10 mestres do bumba-meu-boi maranhense. Em cada cidade e em cada bumba-meu-boi, uma nova história. O documentário resgata a memória desses mestres ao lado do grafiteiro Gil Leros ao longo dessa jornada.
Direção e Roteiro: Maitê Sousa (MA) | 2021 | DOC | 17 min. | Livre
Quando voltaremos aos arraiais? É um documentário sobre a Quadrilha Junina Matutos do Rei da cidade de Açailândia (MA) e os impactos para a cena cultural frente à pandemia do Covid19.
Participações de Maitê Sousa, Luana Reis e Nadir Cruz, com mediação de Amanda Drumont.
Direção: Brenna Maria (MA) | 2020 | Experimental | 5 min. | Livre
Quedaria é a sensação de impotência, apagada de vez em quando por uma rajada de esperança, mas que rapidamente é consumida pelo medo, pela dor, pela morte. Estamos em constante queda e precisamos urgentemente criar paraquedas MULTICOLORIDOS. Abrir os olhos para as pipas negras e indígenas ensanguentadas nos nossos quintais, devoradas pela linha chilena. SE FAZER DE DOIDO E MUDAR O JOGO, DOMINAR OS CÉUS!
Direção: Viviane Ferreira (SP) | 2010 | Experimental | 7 min. | Livre
A trama mostra a angústia de Mumbi, uma jovem cineasta, que após participar de um dos maiores festivais de cinema do mundo, se vê enclausurada em seu interior sem saber qual será sua próxima obra
Direção: Beatriz Vieirah (BA) | 2017 | DOC | 15 min. | Livre
Lélia Gonzalez. Seguindo os passos desse nome, começo a busca pela minha ancestralidade e por retratá-la. Professora e antropóloga, mulher à frente do seu tempo, protagonista na militância junto ao Movimento Negro nos anos 1970/1980. Um símbolo de resistência e da luta pelos direitos de indígenas, negros e mulheres. Os afetos de Lélia me guiam por toda caminhada.
Direção: Edileuza Penha de Souza (DF) | 2019 | DOC | 22 min. | Livre
O documentário Filhas de Lavadeiras apresenta histórias de Mulheres Negras que graças ao trabalho árduo de suas mães puderam ir para escola e refazer os caminhos trilhados pelas suas antecessoras. Suas memórias, alegrias e tristezas, dores e poesias se fazem presente como possibilidades de um novo destino. Transformando o duro trabalho das lavadeiras em um espetáculo de vida e plenitude.
Participações de Carolina Maria, Nádia Maria e Rafaela Gonçalves com mediação de Helen Maria