O programa de exposições Origens do Mundo apresenta, a cada edição, aspectos da cultura dos povos e comunidades originárias brasileiras, partindo da compreensão de que a cultura, em seu aspecto amplo da significação de humanidade, é gerada a partir das relações estabelecidas entre os sujeitos, seu território e o balanço entre cotidiano e o que foge dele.
O povo Waurá, juntamente com os Mehinako, Yawalapiti, Pareci e Enawene Nawe, é parte do grupo dos Mairupe Centrais e são habitantes do Parque Indígena do Xingu, no sul da Amazônia Brasileira. Falam a língua Mairupe, da família linguística Arawak ou Aruak. Pesquisas arqueológicas constatam que os povos falantes do Aruak estão presentes em território alto Xinguano há mais de um milênio. As evidências cerâmicas pré-cabralinas encontradas são, constatadamente, produzidas ainda hoje, nos mesmos formatos de outrora: panelas decoradas com borda virada, beijuzeiras, suportes cônicos e outros.
Segundo a Sesi/Sesai – Secretaria de Saúde Indígena – a população Waurá perfazia 670 pessoas, em 2020, das quais 270 habitantes ocupam as proximidades da lagoa que dá nome à aldeia: Piyulaga, ou Lugar de Pesca.
Fontes:
Apapaatai são os numerosos seres-espíritos que povoam o território e a cosmogonia xamânica Waurá, na Amazônia brasileira do Alto Xingu. Esses seres imortais possuem um tempo próprio. São pertencentes à antiguidade originária da humanidade, quando condividiam a mesma esfera espaço-temporal com os seres humanos. Os espíritos Apapaatai encarnam bichos e elementos naturais que fazem parte do universo social dos Waurá. Seres dúbios, instauram o caos, ao mesmo tempo em que promovem a cura para os males que causam. As máscaras redondas recuperam e materializam, pela forma, o sentido circular da relação Waurá com o tempo e o espaço, em sua ligação cotidiana com as coisas e os seres. O círculo está presente na demarcação do território, na disposição da arquitetura, nos movimentos e sentidos dos rituais, na oralidade, em qualquer instância que movimente o ciclo vital.
Quem nos conta mais sobre as máscaras e seu uso é Pirathá Waurá, membro e fotógrafo da aldeia Piyulaga. Ele é o autor das imagens que apresentam as paisagens do povo Waurá, no contexto desta exposição.
… raramente acontece essa cerimônia de máscara. Então, aconteceu esse ritual de máscara há 20 anos atrás, em 2004.
A máscara é produzida através de um olhar do xamanismo. E essa máscara é o dono de uma árvore grande. Na verdade é uma máscara Atuyuwa. É um cacique… um dos principais líderes dos espíritos da natureza.
Então, quando a pessoa perde a vontade de comer alguma coisa, ou esqueceu de comer, ou está querendo comer e não conseguiu… aí o espírito ataca, né? E fazendo mal a essa pessoa. E depois a família do paciente vai buscar consultar o xamã. Aí ele olha, examina, fuma aquele charuto grande. E ele comunica com o espírito. E aí descobre que esse máscara, Atuyuwa , está fazendo mal a essa pessoa. A partir de agora leva uma comida no centro. A família leva e escolhe a pessoa que pode apresentar aquele espírito.
E depois disso, esses escolhidos vão se apresentar para ele, na casa onde ele está passando mal. Aí, depois melhora o doente, o paciente. E para melhorar 100%, ele tem que fazer a máscara. Então, quando começa o processo, ela vai alimentar as pessoas, para que o espírito goste muito. Determinar e fazer aquela apresentação no centro da aldeia, vai na casa e volta. Dança, essas coisas… então, assim acontece.
Quando termina essa dança, (a máscara) é guardado no centro da aldeia. Na aldeia há um formato circular e tem uma casa dos homens no meio da aldeia. Lá que é guardado.
Depois, o responsável, aquele que produz, pediu para cuidar, e leva na casa do paciente, que já fez mal naquele dia. E todo esse processo, toda essa cerimônia, danças, os espíritos ficam alegres e não fazem mal à pessoa mais. Mas virou um protetor daquela pessoa. E depois disso, ele vai protegendo de outros espíritos maus.
Então, o que que é isso? Então, toda a máscara que a gente faz, esse ritual que a gente faz, é um… é um ritual de cura, vamos dizer assim. E, quando você faz isso, é uma coisa tipo, quando você toma vacina, fica imunizado, né? E, pra nós, essa máscara é assim também. Quando se produz uma máscara pra você, você fica protegido de outras maus. Então, é assim a história do Atuyuwa. Primeiro ele ataca, e depois quando faz o ritual, ele vira seu protetor. Vai proteger você de outras maldades.
Piratá Waujá
Conversa telefônica, Maio de 2024
Eduardo Bartolomeo (Presidente)
Malu Paiva (VP Executiva de Sustentabilidade)
Alexandre D’Ambrosio (VP Executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais)
Gustavo Pimenta (VP Executivo de Finanças e Relações com Investidores)
Carlos Medeiros (VP Executivo de Operações)
Marina Quental (VP Executiva de Pessoas)
Alexandre Pereira (VP Executivo de Projetos)
Marcello Spinelli (VP Executivo de Soluções de Minério de Ferro)
Rafael Bittar (VP Executivo Técnico)
CONSELHO ESTRATÉGICO
Malu Paiva (Presidente)
Flávia Constant (Vice-presidente)
Hugo Barreto
Octavio Bulcão
DIRETORIA EXECUTIVA
Hugo Barreto (Diretor Presidente)
Luciana Gondim
Gisela Rosa
PROJETOS E PATROCÍNIOS
Marize Mattos
Equipe: Ana Beatriz Abreu; Barbara Alves; Elizabete Moreira; Eunice Silva; Fabianne Herrera; Flávia Dratovsky; Jessica Morais; Joana Martins; Luciana Vieira; Maristella Medeiros; Michelle Amorim; Neila Souza; Nihara Pereira; Renata Mello
Gabriel Gutierrez (Direção)
Deyla Rabelo (Assistência de Direção)
Ubiratã Trindade (Coordenação do Programa Educativo)
Alcenilton Reis Junior; Amanda Everton e Maeleide Moraes Lopes (Educadores)
Dianna Serra e Lyssia Santos (Estagiárias do Programa Educativo)
Edízio Moura (Coordenação de Comunicação)
Aiara Dália (Assistência de Comunicação)
Nat Maciel (Coordenação de Produção)
Fabio Pinheiro; Luty Barteix; Mayara Sucupira; Pablo Adriano Silva Santos e Samara Regina (Produtores)
Ana Beatris Silva (Coordenação Financeira – Em Conta)
Tayane Inojosa (Financeiro)
Ana Célia Freitas Santos (Administrativo)
Isabella Alves (Estagiária Administrativo)
Adiel Lopes e Jaqueline Ponçadilha (Recepção)
Fábio Rabelo; Kaciane Costa Marques e Luzineth Nascimento Rodrigues (Zeladoria)
Yves Motta (Supervisão geral de manutenção); Francivaldo Santos e Jozenilson Leal (Manutenção)
Charles Rodrigues; Izaías Souza Silva; Raimundo Bastos e Raimundo Vilaça (Segurança)
Curadoria
Gabriel Gutierrez
Coordenação Artística
Deyla Rabelo
Gabriel Gutierrez
Expografia
Gabriel Gutierrez
Textos
Gabriel Gutierrez
Piratá Wauja
Revisão
Edízio Moura
Iluminação
Karine Spuri
Fotografias
Piratá Wauja
Produção Executiva
Maíra Silvestre, Marcelo Comparini (MC²)
Produção
Fábio Pinheiro
Luty Barteix
Mayara Sucupira
Nat Maciel
Pablo Adriano
Samara Regina
Montagem
Diones Caldas
Fábio Nunes Pereira
Marlyson Nunes
Rafael Vasconcelos
CENOTECNIA
Pintura
Daniel Almeida
Francivaldo Santos
Luciano Santos
Elétrica
Jozenilson Leal
Marcenaria
Edson Diniz Moraes
José de Ribamar Pereira da Silva
Wilson Silva
Serralheria
José de Souza Cantanhede