Origens do Mundo | Waurá

22 maio a 27 julho 2024

O programa de exposições Origens do Mundo apresenta, a cada edição, aspectos da cultura dos povos e comunidades originárias brasileiras, partindo da compreensão de que a cultura, em seu aspecto amplo da significação de humanidade, é gerada a partir das relações estabelecidas entre os sujeitos, seu território e o balanço entre cotidiano e o que foge dele.

A realização do ritual dos espíritos do Kagapa (Lambari) no centro da Aldeia | Aldeia Piyulaga no Território Indígena Xingu, Gaúcha do Norte - MT, 2022 | Crédito: Piratá Waujá

Os Waurá

O povo Waurá, juntamente com os Mehinako, Yawalapiti, Pareci e Enawene Nawe, é parte do grupo dos Mairupe Centrais e são habitantes do Parque Indígena do Xingu, no sul da Amazônia Brasileira. Falam a língua Mairupe, da família linguística Arawak ou Aruak. Pesquisas arqueológicas constatam que os povos falantes do Aruak estão presentes em território alto Xinguano há mais de um milênio. As evidências cerâmicas pré-cabralinas encontradas são, constatadamente, produzidas ainda hoje, nos mesmos formatos de outrora: panelas decoradas com borda virada, beijuzeiras, suportes cônicos e outros.

Segundo a Sesi/Sesai – Secretaria de Saúde Indígena – a população Waurá perfazia 670 pessoas, em 2020, das quais 270 habitantes ocupam as proximidades da lagoa que dá nome à aldeia: Piyulaga, ou Lugar de Pesca.

Fontes:

BARCELOS NETO, Aristóteles. Apontamentos para uma iconografia histórica xinguana. In: FRANCHETTO, Bruna; HECKENBERGER, Michael (Orgs.). Os povos do Alto Xingu. Rio de Janeiro : UFRJ, 2001. p. 193-218.
Povos Indígenas no Brasil. Povo: Waujá. Link Acesso em: 14 de maio de 2024.

As máscaras Atuyuwa dos Apapaatai

Apapaatai são os numerosos seres-espíritos que povoam o território e a cosmogonia xamânica  Waurá, na Amazônia brasileira do Alto Xingu. Esses seres imortais possuem um tempo próprio. São pertencentes à antiguidade originária da humanidade, quando condividiam a mesma esfera espaço-temporal com os seres humanos. Os espíritos Apapaatai encarnam bichos e elementos naturais que fazem parte do universo social dos Waurá. Seres dúbios, instauram o caos, ao mesmo tempo em que promovem a cura para os males que causam. As máscaras redondas recuperam e materializam, pela forma, o sentido circular da relação Waurá com o tempo e o espaço, em sua ligação cotidiana com as coisas e os seres. O círculo está presente na demarcação do território, na disposição da arquitetura, nos movimentos e sentidos dos rituais, na oralidade, em qualquer instância que movimente o ciclo vital.

Quem nos conta mais sobre as máscaras e seu uso é Pirathá Waurá, membro e fotógrafo da aldeia Piyulaga. Ele é o autor das imagens que apresentam as paisagens do povo Waurá, no contexto desta exposição.

… raramente acontece essa cerimônia de máscara.  Então, aconteceu esse ritual de máscara há 20 anos atrás, em 2004. 

A máscara é produzida através de um olhar do xamanismo.  E essa máscara é o dono de uma árvore grande. Na verdade é uma máscara Atuyuwa. É um cacique… um dos principais líderes dos espíritos da natureza.  

Então, quando a pessoa perde a vontade de comer alguma coisa, ou esqueceu de comer, ou está querendo comer e não conseguiu…  aí o espírito ataca, né? E fazendo mal a essa pessoa. E depois a família do paciente vai buscar consultar o xamã. Aí ele olha, examina, fuma aquele charuto grande. E ele comunica com o espírito. E aí descobre que esse máscara, Atuyuwa , está fazendo mal a essa pessoa.  A partir de agora leva uma comida no centro. A família leva e escolhe a pessoa que pode apresentar aquele espírito.

E depois disso, esses escolhidos vão se apresentar para ele, na casa onde ele está passando mal. Aí, depois melhora o doente, o paciente. E para melhorar 100%, ele tem que fazer a máscara. Então, quando começa o processo, ela vai alimentar as pessoas, para que o espírito goste muito. Determinar e fazer aquela apresentação no centro da aldeia, vai na casa e volta. Dança, essas coisas… então, assim acontece.

Quando termina essa dança, (a máscara) é guardado no centro da aldeia. Na aldeia há um formato circular e tem uma casa dos homens no meio da aldeia. Lá que é guardado. 

Depois, o responsável, aquele que produz, pediu para cuidar, e leva na casa do paciente, que já fez mal naquele dia. E todo esse processo, toda essa cerimônia, danças, os espíritos ficam alegres e não fazem mal à pessoa mais. Mas virou um protetor daquela pessoa. E depois disso, ele vai protegendo de outros espíritos maus.

Então, o que que é isso? Então, toda a máscara que a gente faz, esse ritual que a gente faz, é um… é um ritual de cura, vamos dizer assim. E, quando você faz isso, é uma coisa tipo, quando você toma vacina,  fica imunizado, né? E, pra nós, essa máscara é assim também. Quando se produz uma máscara pra você,  você fica protegido de outras maus. Então, é assim a história do Atuyuwa. Primeiro ele ataca, e depois quando faz o ritual, ele vira seu protetor. Vai proteger você de outras maldades.

Piratá Waujá

Conversa telefônica, Maio de 2024

Eduardo Bartolomeo (Presidente)

Malu Paiva (VP Executiva de Sustentabilidade)

Alexandre D’Ambrosio (VP Executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais)

Gustavo Pimenta (VP Executivo de Finanças e Relações com Investidores)

Carlos Medeiros (VP Executivo de Operações)

Marina Quental (VP Executiva de Pessoas)

Alexandre Pereira (VP Executivo de Projetos)

Marcello Spinelli (VP Executivo de Soluções de Minério de Ferro)

Rafael Bittar (VP Executivo Técnico)

CONSELHO ESTRATÉGICO

Malu Paiva (Presidente)

Flávia Constant (Vice-presidente)

Hugo Barreto

Octavio Bulcão

 

 

 

DIRETORIA EXECUTIVA

Hugo Barreto (Diretor Presidente)

Luciana Gondim

Gisela Rosa

 

PROJETOS E PATROCÍNIOS

Marize Mattos

Equipe: Ana Beatriz Abreu; Barbara Alves; Elizabete Moreira; Eunice Silva; Fabianne Herrera; Flávia Dratovsky; Jessica Morais; Joana Martins; Luciana Vieira; Maristella Medeiros; Michelle Amorim; Neila Souza; Nihara Pereira; Renata Mello

Gabriel Gutierrez (Direção)

Deyla Rabelo (Assistência de Direção)

Ubiratã Trindade (Coordenação do Programa Educativo)

Alcenilton Reis Junior; Amanda Everton e Maeleide Moraes Lopes (Educadores)

Dianna Serra e Lyssia Santos (Estagiárias do Programa Educativo)

Edízio Moura (Coordenação de Comunicação)

Aiara Dália (Assistência de Comunicação)

Nat Maciel (Coordenação de Produção)

Fabio Pinheiro; Luty Barteix; Mayara Sucupira; Pablo Adriano Silva Santos e Samara Regina (Produtores)

Ana Beatris Silva (Coordenação Financeira – Em Conta)

Tayane Inojosa (Financeiro)

Ana Célia Freitas Santos (Administrativo)

Isabella Alves (Estagiária Administrativo)

Adiel Lopes e Jaqueline Ponçadilha (Recepção)

Fábio Rabelo; Kaciane Costa Marques e Luzineth Nascimento Rodrigues (Zeladoria)

Yves Motta (Supervisão geral de manutenção); Francivaldo Santos e Jozenilson Leal (Manutenção)

Charles Rodrigues; Izaías Souza Silva; Raimundo Bastos e Raimundo Vilaça (Segurança)

ORIGENS DO MUNDO | WAURÁ

Curadoria

Gabriel Gutierrez

Coordenação Artística

Deyla Rabelo

Gabriel Gutierrez

Expografia

Gabriel Gutierrez

Textos

Gabriel Gutierrez

Piratá Wauja

Revisão

Edízio Moura

Iluminação

Karine Spuri

Fotografias

Piratá Wauja

Produção Executiva

Maíra Silvestre, Marcelo Comparini (MC²)

Produção

Fábio Pinheiro

Luty Barteix

Mayara Sucupira

Nat Maciel

Pablo Adriano

Samara Regina

Montagem

Diones Caldas

Fábio Nunes Pereira

Marlyson Nunes

Rafael Vasconcelos

 

CENOTECNIA

Pintura

Daniel Almeida 

Francivaldo Santos

Luciano Santos

Elétrica

Jozenilson Leal

Marcenaria

Edson Diniz Moraes

José de Ribamar Pereira da Silva

Wilson Silva

Serralheria

José de Souza Cantanhede