As transmissões de saberes tradicionais são marcadas por vivências no coletivo, em momentos sagrados, festivos ou no dia-a-dia de comunidades, expandindo o conceito de educação. Partindo desse princípio, o Centro Cultural Vale Maranhão comporá a programação da 22ª Semana Nacional de Museus, que este ano tem o tema geral Museus, educação e pesquisa. Serão conversas abertas, contação de história e oficinas com a temática Oralidades: práticas de educar para a coletividade.
A escolha pelo tema partiu da urgência em reconhecer as diversas formas de difusão de saberes tradicionais enquanto métodos legítimos de educação. A oralidade é a maneira como, para nos manter humanos, conferimos, em movimento original, significados ao mundo. Quem guarda esse movimento ancestral são as comunidades originárias e populares, porque são elas que mantêm relação com o cotidiano e o território. É isso que sustenta o que chamamos hoje de teoria nos ambientes acadêmicos. Mesmo ocupando esse lugar de importância na transmissão de saberes, a oralidade ainda é relegada a um papel secundário de educação. Contestando essa realidade, a programação do CCVM para a 22ª Semana Nacional de Museus abre espaço para que a oralidade seja pensada com o devido protagonismo, explica Gabriel Gutierrez, diretor do CCVM.
15 de maio, às 19h
Conversa Aberta Tradição oral, práticas educativas e dinâmicas de atualização dos sentidos, com Vovó Cicí de Oxalá, José de Ribamar Bessa, Profª Dulce Ferreira
O objetivo dessa conversa é favorecer compreensões sobre a legitimidade das tradições orais como práticas educativas sofisticadas. A proposta se dará a partir do diálogo entre pontos de vista baseados na experiência com as produções de saberes e memória da cultura oral.
16 de maio, das 14h às 17h
Oficina Saberes do Terreiro*, com Vovó Cicí de Oxalá e Marlene Costa (foto)
O fazer como catalisador das produções e transmissões de saberes. A construção conjunta de sentidos e formas de ler o mundo a partir das técnicas, cantigas e histórias que organizam a produção do alimento nas religiões de matriz afro-brasileiras.
16 de maio, às 19h
Conversa Aberta Cantar, contar e festejar: elaborações sobre a vida compartilhada, com Nadir Cruz, Ademar Danilo e Mãe Jô do Terreiro Tumajamacê
A proposta para esta conversa é estimular elaborações acerca da experiência no encontro festivo. A celebração como prática sensível de educar para a vida social, compreensão do mundo e produção de sentidos.
17 de maio, às 19h
Contação de História Contos Afro-Brasileiros
Receberemos Vovó Cicí de Oxalá para compartilhar histórias da sabedoria popular Afro-brasileira.