Conversa Aberta com o poeta Carlos de Assumpção acontece no próximo dia 30(quarta), às 19h.
Poeta, professor e advogado, Carlos de Assumpção nasceu em Tietê (SP) há 92 anos. Seu avô Cirilo, beneficiado pela Lei do Ventre Livre, costumava contar-lhe suas memórias e testemunhos da escravidão. Seu pai era um grande contador de histórias e a mãe, amante da poesia, ensaiava com as crianças da Sociedade Beneficente 13 de Maio. Ambos integraram a Frente Negra Brasileira. Ele próprio é um militante incansável, como professor, escritor e poeta. Lançou cinco livros.
Nas palavras do professor de Teoria Literária da UFRJ, Alberto Pucheu, “o poeta criou obra potente sobre a resistência negra no país, num patamar cujos poemas se igualam ao que há de mais significativo de Castro Alves, Drummond e João Cabral. Com uma diferença, entretanto, decisiva: a de poetizar nossa história a partir do testemunho dos negros, de um eu a um só tempo pessoal, histórico e político”.
O impacto, causado pela obra poética que desconhecia, levou o professor a realizar o filme que leva o título do poema mais celebrado do autor, Protesto, escrito em 1956. “Como, senão pelo racismo, um poeta da estatura de Carlos de Assumpção possa ser quase inteiramente desconhecido de outros poetas, críticos, jornalistas, intelectuais e leitores em geral?”, indaga Pucheu. Essa realidade talvez comece a mudar pois, em breve, finalmente, Carlos de Assumpção terá sua obra lançada por uma grande editora.
A conversa com o poeta será precedida da exibição do filme Carlos de Assumpção: Protesto (2019) e irá contar com a participação do professor Pucheu.
Uma figura ímpar que temos a honra de receber e compartilhar.