Cinema feminino e negro é destaque da Mostra Audiovisual Afro-Amazonas

18 a 20 janeiro 2024 às 19h

Seguindo com a programação dedicada ao audiovisual no mês de janeiro, o Centro Cultural Vale Maranhão recebe, de 18 a 20, a primeira edição da Mostra Audiovisual Afro-Amazonas. O evento busca dar visibilidade ao cinema feminino e negro, com a exibição de obras audiovisuais dirigidas e produzidas por mulheres de estados da Amazônia Legal, seguidas de conversas sobre as temáticas abordadas.

18/1

Vida a Flux (Dir. Adrianna Oliveira, FIC, PA)

Uma correnteza de imagens que performam as vivências e sentimentos de uma mulher. Filmado com diferentes câmeras – da película ao digital, “Vida a Flux” é um curta que parte das relações da realizadora com a educação religiosa que teve em uma Belém do Pará envolta por uma atmosfera misteriosa, entre o cotidiano urbano e uma artesania onírica das imagens e sons.
Criada e residente em Belém do Pará, Adrianna Oliveira é diretora, montadora e colorista, envolvida com diversas produções audiovisuais há mais de 12 anos. Seu filme de estreia como documentarista, “A Batalha de São Bráz”, foi exibido em festivais importantes ao redor do país, incluindo In-Edit Brasil, MIMO e Mostra SESC Nacional de Cinema. Hoje, a cineasta faz parte da equipe de montadores das séries “Olhares do Norte” e “Bar Brasil”, produzida pela Marahu Filmes (PA). Seu mais recente trabalho foi o filme Psica Manifesto de 2023, no qual Adrianna executou as funções de direção, juntamente com Vilson Vicente, montagem, colorização e desenho de som.

Desejo (Dir. Tássia Dhur, FIC, MA)

Uma mulher desconectada emocionalmente vive em uma intrigante vila pesqueira onde conhece um peixeiro, eles se apaixonam até que é revelado o lado sombrio dessa relação.
Tássia Dhur é atriz, nascida em São Luís (MA) e residiu 8 anos em São Paulo (SP). Ganhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival Guarnicê de Cinema pelo longa “De Repente Drag”. Ganhou o prêmio de Melhor Diretora no South Film And Arts Academy (Chile) com o curta Diana, que escreveu, atuou e dirigiu. Recentemente ganhou o prêmio de Melhor Atriz e Melhor Diretora no Maranhão na Tela pelo filme Desejo.

Terra 333 (Dir. Keyci Martins, DOC, MA)

“Fazer uma casa é tipo fazer um corpo, ou um pão. É tudo a mesma narrativa, um misturar de ingredientes, encontrar uma liga, sobrepor, criar camadas.” Essa é a forma que a artista Tathy Yazigi enxerga o processo de construção de sua própria casa, feita com técnicas de bioconstrução. Através da arte sustentável ela amplia a discussão sobre o poder do feminino na construção civil.
Keyci Martins, é diretora e roteirista do longa-metragem Afogados, selecionado no 14º Brasil Cinemundi na categoria Paradiso Multiplica, onde recebe mentoria de roteiro com o time de talentos da rede paradiso, em fase de desenvolvimento. Diretora roteirista e produtora executiva do curta-metragem “Terra333”, premiado  com o melhor  arte e melhor montagem na competitiva nacional do Festival Guarnicê em 2022, selecionado em festivais nacionais e internacionais.

Sessão seguida de debate com o tema O protagonismo feminino no cinema contemporâneo

19/1

Solitude (Dir. Tami Martins, ANI, AP)

Na Amazônia, Sol encara a solidão e carência depois do término de uma relação, enquanto que no Deserto do Atacama uma Sombra busca independência porém começa a desaparecer lentamente.
Tami Martins é amapaense, designer, ilustradora e artista urbana, dirigiu e roteirizou a animação Solitude, vencedora do prêmio de Melhor Filme do XVII FIM – Festival Imagem-Movimento e recebeu o Prêmio Redentor de Melhor Curta no 23° Festival do Rio, em 2022 também foi finalista do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, também no 50° Festival de Cinema de Gramado, e recebeu o Prix de L’a Musique no Le Chouette Film Festival na França. Tami também é Ilustradora e designer do livro Inventário Vermelho, de Danielle Andrade e outras contadoras de histórias; É produtora executiva na série Amazônia Panc e Pintora de Micro Versos.

Cabana (Dir. Adriana de Faria, FIC, PA)

Em meio à floresta amazônica, uma mulher da revolução cabana recebe uma indesejada visita.
Adriana de Faria é roteirista e diretora paraense. Há oito anos, desenvolve projetos documentais e ficcionais, como a série de culinária Sabores da Floresta (GNT/Futura) e seu curta Ari y Yo (52º Festival de Brasília), exibido na América Latina sendo cinco vezes premiado. Boiuna, curta em desenvolvimento, foi o Melhor Projeto Nacional no Lab Curta Cinema em 2021. Cabana, sua primeira ficção como diretora, foi premiado como Melhor Curta no Festival do Rio, selecionado para 34º Curta Kinoforum, 22ª Mostra Goiânia (Melhor Direção), 5º Olhar do Norte (Menção Honrosa) e Frapa 2023, entre outros.

Divã de Uma Habilitada (Dir. Nádia Maria, FIC, MA)

Após várias reprovações no decorrer do processo, Bárbara decide procurar ajuda psicológica para aprender a lidar com os traumas. Durante suas análises, ela vai revivendo todas as reprovações. No divã ela reconquista sua confiança.
Nádia Maria, formada em História Bacharelado pela UFMA. Técnica em Cinema pelo IEMA. Roteirista e Diretora dos curtas-metragens: Só na legenda (2015), Africanos Escravizados (2017), Estatística(s) (2018), Eu, eu mesma e a quarentena (2020), Não entre sem permissão (2021), Divã de uma habilitada (2023). Roteirizou Família Perfeita ( 2020).

Sessão seguida de debate com o tema As narrativas amazônicas no cinema contemporâneo

20/1

Akomabu – A Cultura Não Deve Morrer (Dir. Helen Maria e Ju Haddad, DOC, MA)

Akomabu é o caminho aberto e percorrido. Palavra com origem na língua Ewe Fon do Benin (antigo Daomé), batiza o primeiro bloco afro do Maranhão no início da década de 1980 e com ele a luta contra o racismo e pela democracia racial. É a história contada pelos personagens centrais que em seus depoimentos trazem lembranças, alegrias, tristezas e principalmente o desejo de continuar percorrendo esse caminho e resistindo sem deixar a tradição morrer.
Helen Maria é comunicóloga de formação com pós graduação em gestão de projetos, com mais de 07 anos de experiência , tem em seu currículo a produção de projetos audiovisuais e culturais como filmes e festivais. É criadora e diretora  executiva na Manguezá – Agência criativa, agência antirracista onde coloca seus projetos em prática. Juliana Hadad é produtora cultural, formada em Marketing e atua no mercado na realização de projetos audiovisuais. É diretora da Muxima Produções.

Sangue Bom (Dir. Joyce Cursino, FIC, PA)

Letícia é uma jovem de 16 anos pega de surpresa pelo início de sua menarca. Avisada pela servente da escola que seu uniforme estava sujo, Letícia inicia uma jornada em busca de um absorvente que a faz perceber que o período menstrual é muito mais complexo do que ela esperava, uma questão de dignidade para pessoas que menstruam.
A atriz e cineasta negra da Amazônia, Joyce Cursino, está prestes a rodar sua primeira série de TV para streaming, “Matriarcas da Amazônia”, aprovada em 1º lugar na categoria no edital da LPG, no Pará. A jovem, de 27 anos, já dirigiu o média-metragem “7 Palmas da Liberdade”, os curtas-metragens independentes premiados “É Coisa de Preta” (2017) e “Ele Não: Mulheres Paraenses contra o Fascismo” (2019). Também dirigiu o curta híbrido sobre dignidade menstrual, “Sangue bom”, “Amazônia Segundo as Juventudes – Um Olhar Intergeracional” e duas web-séries durante a pandemia: a edição emergencial de “Pretas na Pandemia” – selecionada na Lei Aldir Blanc – e “Resiliência”, obra em que representou o Brasil na competição internacional Black Women Disrupt the Web, transmitida pela plataforma global de cineastas negros e negras, a KweliTV.

Mostra ClockWork – Videoclipe é cinema!

Chato – Marco Gabriel part. Débora Melo (Dir. Jessica Lauane, MA)

Magia Negra – Enme feat. Bixarte (Dir. Enme Paixão, MA)

4 por 4 – Enme (Dir. Jessica Lauane, Enme Paixão)

Jessica Lauane é diretora, produtora, fotógrafa, co-fundadora e proprietária da ClockWork Filmes. Formada no curso de Produção Cinematográfica pelo Instituto Federal do Maranhão e nos cursos de Linguagem Cinematográfica, Atuação para Cinema e Produção Cinematográfica pela Escola de Cinema do Maranhão, além de Direção de Videoclipes e Narrativa Documental pelo Instituto de Cinema.
Cantora, compositora, produtora cultural e rapper, Enme atua no meio musical desde 2014. Premiada no Festival Sons da Rua como artista revelação, lançou recentemente seu disco “Atabake” que une os ritmos regionais com os gêneros urbanos. Em 2023 a artista participou de Caravana das Drags, reality show apresentado por Xuxa e Ikaro Kadoshi no Prime Video.

Suor de Tambor – Ney Lima Pela Paz (Dir. Lu Peixe, PA)

Lu Peixe é realizadore audiovisual e arte-educadore. Mestre em Arte pela Universidade Federal do Pará. Coordena o Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus e a produtora Cine Diáspora. Recebeu o prêmio de Melhor Direção de Fotografia no Festival de Cinema Olhar do Norte em 2022, com o filme Meus Santos Saúdam teus Santos, de Rodrigo Antônio. Recebeu o Prêmio Prêmio Experimentação, Pesquisa e Difusão Artística Vicente Sales, 2021, da Fundação Cultural do Pará, para realização do filme Zunzunzum do Mar (2022), este último licenciado pela plataforma de Streaming Todes Play (2023). Participou do Lab Negras Narrativas 5a edição, realizado pela APAN (2023).

Sol de Setembro – Elisa Maia (Dir. Elisa Maia, AM)

A amazonense Elisa Maia, vive incansável movimento na música! Lançou o EP ‘Ser da Cidade’ em 2013 e no mesmo ano fez turnê inédita por 06 capitais da Amazônia, numa jornada de 15 mil Km em 10 dias. Desde 2011 no Coletivo Difusão, gere os Festivais Até o Tucupi e Festival Somas, que tem foco na juventude negra, mulheres e periferia. Entre 2020 e 2023 a artista lançou os singles inéditos, acompanhados de videoclipes, Luas Pra Tantas Faces, Sol De Setembro, Todo Poder Curativo e Sol De Setembro – Buguinha Dub Remix e Beleza, estreando como produtora musical de suas músicas e encerra um ciclo antes de seu álbum novo, com a sessão ao vivo Dança Sozinha Sessions. Elisa Maia também assina Direção Artística do EP de estreia da dupla amazonense de rap Lary Go & Strela (2021) e do álbum Anos Luz (2023) da cantora Karen Francis. A cantora é uma das selecionadas do Edital Natura Musical 2021 e se prepara para o lançamento de álbum e documentário.

Cardume – Karen Francis (Dir. Anna Suav, AM)

Anna Suav é MC, poeta, produtora audiovisual e cultural, e jornalista da Amazônia. Idealizadora do primeiro grupo de slam (2017 a 2019) da Região Norte em Belém do Pará, cantora de RAP e R&B, a artista também atua no audiovisual, com destaque para a produção de videoclipes, dirigindo e produzindo seus próprios trabalhos, bem como de outros artistas independentes. Um dos seus clipes de maior destaque é Cardume, faixa da artista amazonense Karen Francis. Karen Francis é uma representante distinta do R&B e afrobeats contemporâneos produzidos no Norte do país. A voz potente, a lírica sensível e a musicalidade que une raízes da música negra, sonoridades africanas e influências de rap e MPB marcam as melodias da cantora, compositora e instrumentista, natural de Maués, no interior do Amazonas, e crescida na capital, Manaus.

Sessão seguida de debate com o tema O protagonismo negro no audiovisual amazônico

Assina a curadoria a produtora Amanda Drumond.

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