Xikrin (PA)
A musicalidade Xikrin é predominantemente vocal e corporal. Os pés e as mãos das pessoas que dançam batendo ora com força, ora mais leve, marcam o ritmo e o compasso de canto e dança, por vezes acompanhado de gritos e onomatopeias. A musicalidade Xikrin se expressa através dos rituais que fazem parte do ciclo de iniciação, o ciclo de nominação ou ainda o casamento na esteira, o retorno de uma caçada coletiva, expedições de guerras ou choro ritual. São poucos os instrumentos musicais utilizados pelos Xikrin, o mais importante é o maracá.
Pankararu Nação Cultural (PE)
O grupo Pankararu Nação Cultural é formado por jovens da comunidade desse povo de Pernambuco que, através da oralidade e das memórias, se reconectaram com o ritual da dança do Buzzo, um instrumento de sopro feito de madeira oca, um grave e um agudo, utilizado durante um ritual junto aos toantes. Essa prática ancestral e tradicional do povo Pankararu é feita coletivamente, em ritos de celebração, festividades que envolvem música e dança.
Eles têm participado de festividades dentro e fora da comunidade, e realizado apresentações artístico-culturais no Sesc Petrolina, no Sesc Santo Amaro, em show de Gean Ramos Pankararu e em diversos estados do país, entre eles, Bahia, São Paulo e Brasília.
Djotana AKA Siba Carvalho (Puri) “+ synesthezk”
A multiartista e arte-educadora Djotana aka Siba Carvalho, do povo Puri Teyxokawa, é integrante do movimento e da linha filosófica ancestral de mulheres “Wayrakunas” e do coletivo de arte educadores Puri “Txemim Puri”. Siba busca unir a música ancestral ao futurismo indígena trazendo a reflexão acerca da presença indígena nas aldeias e nas cidades dando destaque à preservação dos saberes tradicionais e da Mãe Terra. O projeto é inspirado na sua avó, que em terras Puri, no interior do Rio de Janeiro, costumava criar cantos relacionados à força encantada. Seu trabalho atravessa os caminhos da espiritualidade e da luta indígena e mescla elementos do reggae, do hip-hop e dos ritmos pernambucanos unidos aos synths psicodélicos da DJ e produtora Synesthezk com quem tem feito parceria.
Nelson D
Artista da música eletrônica, indígena, brasileiro, europeu e cidadão do universo, Nelson D reside em São Paulo, unindo fontes da eletrônica e cultura indígena, misturando sonoridades orgânicas e tradicionais com processos tecnológicos. Trilha um caminho sonoro íntimo onde o artista atua não apenas como produtor musical mas também em veste de performer, num rito futurista por ecos ancestrais em busca de memórias originárias, um convite profanador que se torna ‘sagrado’ e um corpo que não se define, nem limita mas transborda rupturas na reexistência fora do tempo cronológico, abandona rótulos, etiquetas, revelando liquidez de identidades na pós modernidade e contrastes culturais.
As referências do Nelson são artistas como Tricky, Radiohead, Young Fathers, Prodigy, Son Lux e Tanya Tanaq. Nelson D faz dos próprios Beats um transe ritual, entre diferentes ritmos, com um mood obscuro e melancólico meio Trip Hop, sem perder a roupagem rock e indígena que acompanha todo seu trabalho. Os temas também remendam à vivência da mata urbana paulistana com as suas contradições.
Desde 2010 se dedica à produção musical de novos e novas artistas na cena musical brasileira, entre as quais Danna Lisboa, Gloria Groove, Linn da Quebrada, Tássia Reis, Davi (ex Banda Uò), Mel (ex Banda Uò) e Melvin Santana.