Indígenas.BR - Festival de Músicas Indígenas 2022 - Dia 27/08

O último dia de Indígenas.BR será marcada pela Casa das Mulheres e por apresentações de artistas indígenas da cena musical contemporânea.

10h às 12h – Oficina de pintura corporal com Xikrin (PA)

Entre os Xikrin, a pintura corporal é uma linguagem especial: realizada somente pelas mulheres, a arte gráfica Xikrin veste o indivíduo para que ele se apresente de forma adequada na comunidade. É uma atividade essencial no cotidiano deste povo, com grafismos geométricos, que representam a iniciação, a nominação, o casamento, o nascimento, o resguardo e o luto. As meninas Xikrin, desde a tenra idade, treinam a arte da pintura corporal em suas pernas, em frutas, bonecas e papel.

14h – Casa das Mulheres

Roda de conversa com mulheres da moda, literatura, artes, música, juventude, movimentos de resistência e questões ambientais.

Cacique Majur Traitowu

Majur Traitowu é a primeira cacique trans do povo Boe-Bororo e pertence a um dos clãs Baadojeba e Iwagudu. Seu pai foi um importante anciãos do seu povo, e a incumbiu de dar  continuidade à liderança na aldeia Apido Paru. MAjur transita entre o mundo  não-indígena e a aldeia, e tem apoiado diversos projetos audiovisuais e de pesquisa, além de atualmente  ser divulgadora da marca de produtos cosméticos Cris Dios Organics, do salão Lace and Hair.

Graciela Guarani

Produtora cultural, diretora, roteirista e curadora, Graciela pertence ao povo Guarani e Kaiowá (Mato Grosso do Sul).  Em seu currículo assina a direção, roteiro e fotografia em mais de 8 obras audiovisuais, dentre eles se destaca na direção e fotografia no longa documental premiado internacionalmente “My Blood is Red” da produtora inglesa Needs Must Film. Foi autora do especial da rede Globo “Falas da Terra”. Atualmente é diretora na segunda temporada da série “Cidade Invisível” da Netflix.  É uma das cineastas indígenas pioneiras e mais atuante em produções audiovisuais no cenário do cinema brasileiro.

Roseli Concianza Jorge

Roseli Concianza Jorge é líder espiritual do povo Kaiowá,  bisneta de Pa’i Chiquito, fundador da comunidade de Panambizinho, no Mato Grosso do Sul. Roseli é atualmente a pessoa mais engajada na promoção dos cantos rituais na Terra Indígena Panambizinho. Ela é uma das principais conhecedoras do ñevanga, ritual terapêutico baseado totalmente em palavras. “Este ritual tinha muito mais va­lor, agora são poucos os que confiam nela”, queixa-se nossa interlocutora, ao explicar que os médicos, enfermeiros e agentes de saúde têm empurrado para o limbo as terapias tradicionais. Roseli e seu esposo são conhecidos pelo seu engajamento no âmbito da vida social e ritual. Mesmo sendo impedida de liderar a longa reza da festa do milho, por ser mulher, ela é uma estudiosa da reza e prepara-se para dirigi-lo.

Djotana AKA Siba Carvalho

A multiartista e arte-educadora Djotana aka Siba Carvalho, do povo Puri Teyxokawa, é integrante do movimento e da linha filosófica ancestral de mulheres “Wayrakunas” e do coletivo de arte educadores Puri “Txemim Puri”. Siba busca unir a música ancestral ao futurismo indígena trazendo a reflexão acerca da presença indígena nas aldeias e nas cidades dando destaque à preservação dos saberes tradicionais e da Mãe Terra. O projeto é inspirado na sua avó, que em terras Puri, no interior do Rio de Janeiro, costumava criar cantos relacionados à força encantada. Seu trabalho atravessa os caminhos da espiritualidade e da luta indígena e mescla elementos do reggae, do hip-hop e dos ritmos pernambucanos unidos aos synths psicodélicos da DJ e produtora Synesthezk com quem tem feito parceria.

Siana Leão Guajajara

Siana Leão Guajajara é da Aldeia José Paraíba, situada no Território Indígena Reserva Cana Brava/ Guajajara, localizado no centro do Maranhão.
Atualmente mora em Taguatinga Sul (DF) e faz graduação em Licenciatura em Letras – Português, no Instituto Federal de Brasília (IFB). Nesta instituição desenvolve projeto voltado para educação inclusiva. Também atua em um projeto pessoal com outros indígenas PCD que leva o título de #Acessibilindígena: Minha deficiência não me faz menos indígena, que tem como objetivo dar visibilidade aos indígenas com deficiência, para que estes tenham sua própria voz, pois a deficiência não limita se houver acessibilidade.

Nayara Guajajara

A educadora Nayara Guajajara.

Day Molina

Dayana Molina é estilista e artvista indígena descendente dos povos Aymara e Fulni-ô.  Fundadora do coletivo indígenas moda br e do movimento #descolonizeamoda.
Pensadora contemporânea que escreve, debate e pesquisa moda sustentável e decolonial. Atua há 14 anos no mercado de moda latino americano e há 5 fundou a sua marca própria, a NALIMO. Atualmente é colunista colaboradora da revista de moda Bazaar BR e ativista do movimento global pela sustentabilidade na moda (Fashion Revolution).

Isabela Santana

Isabela Santana é atriz e multiartista Pataxó. A raiz-memória de sua família é o ponto de partida e guia de seus projetos e processos criativos. Dentro do universo artístico, também caminha como produtora e comunicadora. É co-fundadora do Visibilidade Indígena (VI), mídia digital que busca divulgar as vozes plurais dos povos indígenas através da cultura, arte contemporânea, cinema, literatura, educação e eventos culturais ao redor de Abya Yala e do mundo. Foi representante do VI durante o Imagine NATIVE 2019, considerado o maior festival de cinema e mídias digitais indígenas. Atualmente é administradora do Programa de Cineastas Emergentes na organização internacional If Not Us Then Who?, projeto de fortalecimento de cineastas originários do Sul Global, e também membro do Útero Amotara Zabelê.

Mediação de Julie Dorrico

Julie Dorrico pertence ao povo Macuxi. Doutora em Teoria da Literatura na PUCRS. Mestre em Estudos Literários e licenciada em Letras Português pela UNIR. É poeta, escritora, palestrante, pesquisadora de literatura indígena. Venceu em 1º lugar o concurso Tamoios/FNLIJ/UKA de Novos Escritores Indígenas em 2019. Administradora do perfil @leiamulheresindigenas no Instagram e do canal no YouTube Literatura Indígena Contemporânea. Curadora da I Mostra de Literatura Indígena no Museu do Índio (UFU). Autora da obra “Eu sou macuxi e outras histórias” (Caos e Letras, 2019).

16h às 21h – Apresentações

Xikrin (PA)

A musicalidade Xikrin é predominantemente vocal e corporal. Os pés e as mãos das pessoas que dançam batendo ora com força, ora mais leve, marcam o ritmo e o compasso de canto e dança, por vezes acompanhado de gritos e onomatopeias. A musicalidade Xikrin se expressa através dos rituais que fazem parte do ciclo de iniciação, o ciclo de nominação ou ainda o casamento na esteira, o retorno de uma caçada coletiva, expedições de guerras ou choro ritual. São poucos os instrumentos musicais utilizados pelos Xikrin, o mais importante é o maracá.

Pankararu Nação Cultural  (PE)

O grupo Pankararu Nação Cultural é formado por jovens da comunidade desse povo de Pernambuco que, através da oralidade e das memórias, se reconectaram com o ritual da dança do Buzzo, um instrumento de sopro feito de madeira oca, um grave e um agudo, utilizado durante um ritual junto aos toantes. Essa prática ancestral e tradicional do povo Pankararu é feita coletivamente, em ritos de celebração, festividades que envolvem música e dança.

Eles têm participado de festividades dentro e fora da comunidade, e realizado  apresentações artístico-culturais no Sesc Petrolina, no Sesc Santo Amaro, em show de Gean Ramos Pankararu e em diversos estados do país, entre eles, Bahia, São Paulo e Brasília.

Djotana AKA Siba Carvalho (Puri) “+ synesthezk”

A multiartista e arte-educadora Djotana aka Siba Carvalho, do povo Puri Teyxokawa, é integrante do movimento e da linha filosófica ancestral de mulheres “Wayrakunas” e do coletivo de arte educadores Puri “Txemim Puri”. Siba busca unir a música ancestral ao futurismo indígena trazendo a reflexão acerca da presença indígena nas aldeias e nas cidades dando destaque à preservação dos saberes tradicionais e da Mãe Terra. O projeto é inspirado na sua avó, que em terras Puri, no interior do Rio de Janeiro, costumava criar cantos relacionados à força encantada. Seu trabalho atravessa os caminhos da espiritualidade e da luta indígena e mescla elementos do reggae, do hip-hop e dos ritmos pernambucanos unidos aos synths psicodélicos da DJ e produtora Synesthezk com quem tem feito parceria.

Nelson D

Artista da música eletrônica, indígena, brasileiro, europeu e cidadão do universo, Nelson D reside em São Paulo, unindo fontes da eletrônica e cultura indígena, misturando sonoridades orgânicas e tradicionais com processos tecnológicos. Trilha um caminho sonoro íntimo onde o artista atua não apenas como produtor musical mas também em veste de performer, num rito futurista por ecos ancestrais em busca de memórias originárias, um convite profanador que se torna ‘sagrado’ e um corpo que não se define, nem limita mas transborda rupturas na reexistência fora do tempo cronológico, abandona rótulos, etiquetas, revelando liquidez de identidades na pós modernidade e contrastes culturais.
As referências do Nelson são artistas como Tricky, Radiohead, Young Fathers, Prodigy, Son Lux e Tanya Tanaq. Nelson D faz dos próprios Beats um transe ritual, entre diferentes ritmos, com um mood obscuro e melancólico  meio Trip Hop, sem perder a roupagem rock e indígena que acompanha todo seu trabalho. Os temas também remendam à vivência da mata urbana paulistana com as suas contradições.
Desde 2010 se dedica à produção musical de novos e novas artistas na cena musical brasileira, entre as quais Danna Lisboa, Gloria Groove, Linn da Quebrada, Tássia Reis, Davi (ex Banda Uò), Mel (ex Banda Uò) e Melvin Santana.