CCVM inaugura a exposição ZIMAR no Museu Nacional da República

07 março a 09 junho 2024

Originalmente exposta no Centro Cultural Vale Maranhão de agosto de 2022 a fevereiro de 2023, a exposição ZIMAR encantou o público maranhense por sua irreverência, criatividade e valorização da cultura popular da baixada maranhense. Agora, a exposição ganhará novos ares, chegando ao anexo do Museu Nacional da República, na cidade de Brasília.

Eusimar Meireles Gomes, o Zimar, é natural do município de Matinha (MA), e iniciou a confecção de caretas de cazumba após se machucar com uma máscara que havia comprado. Decidiu, então, adaptar as máscaras para o formato de seu rosto, proporcionando mais conforto. “Podemos dividir o trabalho de Zimar em três fases: uma primeira onde trabalhou queixos e caretas bem elaboradas em madeira paparaúba; a segunda também em madeira, mas com feições mais reduzidas; e a terceira em que reaparece utilizando diversos materiais. Ele faz parte de um conjunto de bons fazedores de caretas, que aplicam a marca pessoal como uma assinatura de suas obras, seja pelo reaproveitamento de aparatos corriqueiros ou na expressão das máscaras confeccionadas”, explica Jandir Gonçalves, pesquisador da cultura popular maranhense e que assina a curadoria da exposição juntamente com Reinilda Oliveira e Sergileide Lima.

Ao todo, são 65 caretas de cazumba produzidas com os mais diversos materiais. Capacete, cano de PVC, pára-lamas de moto, panelas de alumínio, peças de ventilador, escovas de dentes, pneus de bicicletas são alguns dos artefatos usados pelo artesão na criação das peças, que já fazem parte da fantasia de cazumba de vários grupos de Bumba Meu Boi da região da baixada maranhense.

A exposição conta ainda com um documentário curta-metragem homônimo e inédito, dirigido pelo cineasta Beto Matuck, especialmente para a mostra. O filme mostra Zimar criando as caretas, enquanto conta sobre sua história, inspirações e aborda questões profundas como a relação entre vida e morte. “Expor um artista como Zimar é reconhecer a cultura em seu amplo sentido de origem. Ele é um grande representante dos artistas populares do Maranhão e sua obra toma dimensões universais, quando suscita em nós sentimentos comuns ao humano, como medo, desejo, surpresa, atração e repulsa. A liberdade de criação é evidente, bem como todo um arcabouço expressivo que se conecta às esferas da ancestralidade e do sonho”, destaca Gabriel Gutierrez, diretor e coordenador artístico do Centro Cultural Vale Maranhão.

“Para o Museu Nacional da República é uma alegria abrir espaço para a cultura popular maranhense e fazer parcerias institucionais que fortalecem as artes e a cultura visual. Somos um Museu ‘Nacional’ em Brasília que busca proporcionar visibilidade para produções artísticas diversas”, afirma Sara Seilert, diretora do Museu Nacional da República

ZIMAR ficará em cartaz no Museu Nacional da República até o dia 9 de junho, de terça a domingo, das 9h às 18h30, com entrada gratuita. A exposição é viabilizada via Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, por meio de patrocínio da Vale e iniciativa do Instituto Cultural Vale.